Marcado em todo o Brasil como o período de conscientização do câncer infantojuvenil, o Setembro Dourado segue durante o mês, mais uma edição com ações de alerta e combate a essa doença que atinge, anualmente, milhares de crianças e adolescentes no mundo todo. A campanha, de iniciativa da Confederação Nacional das Instituições de Apoio e Assistência à Criança e ao Adolescente com Câncer – CONIACC além de alertar para os sinais e sintomas da doença, visa diminuir a taxa de mortalidade ressaltando a relevância do diagnóstico precoce e o tratamento prévio como fatores essenciais para a cura.
É neste mês que as 50 instituições (espalhadas em 21 estados brasileiros), coordenadas pela CONIACC desenvolvem ações, simultaneamente, na luta contra o câncer infantojuvenil junto com a sociedade no geral. De acordo com o presidente da CONIACC, Rilder Campos, o Setembro Dourado deve ser entendido e acolhido por toda a população. “É importante compreender que o câncer infantojuvenil é um problema de todos e não somente de quem é acometido com tal diagnóstico. Além de envolver essas instituições, o nosso foco é chegar a cada casa, cada pessoa, cada família, para que essas possam somar forças na luta contra a doença, tendo atenção aos sinais e sintomas, para assim diminuirmos os índices de mortalidade e aumentarmos os números da cura, pois esse é o nosso maior foco!”, enfatiza Rilder Campos.
Dados, de acordo com o Instituto Nacional de Câncer (INCA), indicam que haverá em torno de 12 mil novos casos de câncer infantojuvenil. Para tanto, ainda segundo informações do INCA, nas últimas quatro décadas, o progresso no tratamento do câncer na infância e na adolescência foi extremamente significativo. Atualmente, em torno de 80% das crianças e adolescentes acometidos da doença podem ser curados, se diagnosticados precocemente e tratados em centros especializados. A maioria deles terá boa qualidade de vida depois do tratamento.
Apesar de alguns avanços positivos nos dados, tanto de acordo com a Sociedade brasileira de Oncologia Pediátrica – SOBOPE quanto do INCA, a taxa de cura ainda deixa a desejar mediante a descoberta tardia, o câncer já representa a primeira causa de morte (8% do total) por doença entre crianças e adolescentes de 1 a 19 anos, perdendo apenas para fatores externos como acidentes e violência.
Câncer Infantojuvenil
Está relacionado a um grupo de várias doenças que têm em comum a proliferação descontrolada de células anormais e que pode ocorrer em qualquer local do organismo. Se distinguindo do adulto, o câncer infantojuvenil geralmente afeta células do sistema sanguíneo e os tecidos de sustentação. Os tumores na criança e no adolescente são constituídos de células indiferenciadas, o que, comumente, facilita e proporciona uma resposta mais ágil aos tratamentos.
Os tumores mais frequentes na infância e na adolescência são as leucemias (que afetam os glóbulos brancos), os que atingem o sistema nervoso central e os linfomas (sistema linfático). Também acometem esse público o neuroblastoma (tumor de células do sistema nervoso periférico, frequentemente de localização abdominal), tumor de Wilms (tipo de tumor renal), retinoblastoma (afeta a retina, fundo do olho), tumor germinativo (das células que originam os ovários e os testículos), osteossarcoma (tumor ósseo) e sarcomas (tumores de partes moles).
Fique de olho nos sinais e sintomas: palidez progressiva; sangramentos ou manchas roxas sem relação com traumas; febre prolongada sem causa definida; vômitos e dores de cabeça persistentes, principalmente pela manhã; alteração da marcha ou da visão ou diminuição da força em pernas ou braços; caroços em qualquer lugar do corpo; ínguas; dores no corpo que não passam e atrapalham as atividades das crianças e brilho branco nos olhos quando a criança sai em fotografia com flash.
Ação Infância e Vida
A CONIACC e o Banco do Brasil promovem também no mesmo período, a 5ª edição da campanha Ação Infância e Vida que mobiliza sociedade no geral, correntistas, funcionários, aposentados, voluntários e empresas parceiras do BB para apoiar as instituições que lutam pela visibilidade e pela cura do câncer infanto-juvenil em todo o País. Trata-se de uma ação única, no Brasil, com foco neste público, iniciada em 2015, que já arrecadou cerca de R$ 2,4 milhões de reais nesses anos.
Na última edição, em 2018, a campanha arrecadou mais de R$ 617 mil reais, distribuídos entre a Coniacc e as filiadas em todo o país, para projetos voltados à melhoria da qualidade de vida das crianças e adolescentes assistidos pelas Casas de Apoio. A Ação Infância e Vida 2019 se estende até o dia 30 de setembro, mas as doações podem ser feitas mesmo após o período.
“A Ação Infância e Vida representa muito pra todos nós, pois é a única que atua com foco exclusivo no câncer infantojuvenil no Brasil. Mantemos um conceito que vem funcionando, desde 2015, que é, além de divulgar dados sobre a doença, também arrecadar doações para fortalecer o sistema de apoio a esse público, o que torna totalmente necessária a participação da sociedade no geral para que a causa seja fortalecida cada vez mais”, explica Rilder Campos, presidente da CONIACC.